terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O encontro


Me perdi.

Sai em busca do eu, olhei pra dentro de mim e lá estava.

Num canto escuro, sentada, abraçando os joelhos na esperança de que eles pudessem me abraçar também, os olhos perdidos avistando o nada logo adiante. O rosto molhado daquela água salgada fruto de uma dor dentro do peito.

Aproximei de mim, estendi a mão... eu não queria sair de lá! Meu eu sentia tanto medo, que não conseguia se quer desviar o olhar perdido.

Parecia estar esperando que um outro alguém a tirasse daquele canto, que a salvasse dessa solidão obscura que só ela enxergava...não percebia que, para tirá-la de dentro de mim, esse alguem só podia ser eu.


O encontro, por Ludmila J. de Andrade

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Queria ser um cão...



Para amar incondicionalmente sem precisar ser amor de mãe, sem esperar reciprocidade;
Poder ter o direito de expressar minha raiva, ou até mesmo um "não gostei", em uma simples mordida, e todos aceitarem como uma atitude normal;

Queria ser um cão...
Guardar uma coisa qualquer, sem me importar com o valor material, pelo simples fato de gostar muito daquilo, nem que fosse um pedaço roído de osso;

Queria ser um cão...
Poder brincar com a vivacidade de uma criança mesmo não sendo mais uma, brincar independente da idade que eu tiver;

Queria ser um cão...
Para a complexidade da vida humana, passar despercebida por mim, para não entender tudo, e sim, somente aquilo que me faria bem;

Queria ser um cão...
Para receber um carinho a qualquer momento, por qualquer pessoa e por qualquer motivo;

Queria ser um cão...
E assim saber aproveitar melhor o sol, relaxar com ele, e me sentir satisfeito com isso.

Queria ser um cão...
Poder ter a sensibilidade dos cheiros, perceber mais o mundo ao meu redor, sentir a
distancia os que gostam de mim, e os que não;

Queria ser um cão...
Para aprender o que me for util, fazer as pessoas ao meu redor sorrirem, não senir mágoas, ser sempre justo, não conhecer o valor do dinheiro, desconhecer falsidade, cinismo, ironia...

Queria ser um cão...
Entender profundamente o que significa amizade;
Para ser tão inteligente como ele e poder viver a vida como ela deveria ser vivida.



Queria ser um cão, por Ludmila J. de Andrade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ego.



Passei a acreditar mais em mim, e não é que está dando certo?
Vejo meu "eu", e sinto orgulho disso.
Como cresci;
Como amadureci;
Como essa menina, se sente mais mulher ao agir, ao pensar, no falar...
Está tudo diferente e, pra mim, tudo mais bonito.
Defendo minhas verdades com unhas e dentes, expresso todo o meu sentimento sempre que sinto... Eu não sei mais reprimi-los, a liberdade é quem me faz carinho, e a sensação de poder me deixa leve...
Feliz!
Minhas decisões e minhas acões são sempre tomadas visando o certo e o melhor, pelo menos naquele determinado momento. Quando olho para trás e analiso, penso que poderia ter feito diferente...mas... logo percebo que naquela ocasião, talvez eu faria exatamente igual....
Existem ainda algumas bordas a serem cortadas...aparadas, mas não me incomoda, sei que no momento certo, tudo se resolve...
As histórias, os contos, já deixam claro que, absolutamente, todos os finais são felizes, e eu acredito plenamente nisso.
O meu final eu cuidarei pra que não fuja a regra!
E a minha história tende a melhorar a cada dia.
Eu acredito.


Ego, por Ludmila J. de Andrade

terça-feira, 29 de junho de 2010

Musicando




Uma letra de musica que me resume bem, em vários momentos da minha vida. =]

Aliás, vale a dica da música, rock nacional de qualidade! ;)

Segue o link do clip!!! =]
Moptop - Contramão

Tentou frear
Faltou coragem
Agora é tarde pra voltar
Tentou mentir
É bobagem
É só uma fase vai passar

O que fazer?
Se a contramão
Te persegue, te enlouquece
Provoca, te entorpece
De tesão...
De estupidez...

Como ajudar?
Se a contramão
Se o afago do pecado
Te deixa despojado
De razão...
De lucidez...

Me pede pra ficar
Me pede pra cuidar de você
Me pede pra ficar
Pra ficar com você

Como é que é
Ser encontrado
Jogado e desmaiado
O orgulho dilacerado
Espalhado pelo chão.

Contramão - Moptop

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Um ponto de vista

Eu nao me permito levar nada, eu jamais respondo "vou levando", eu vivo intensamente todos os meus momentos, todos os meus romances, todas as minhas aventuras e desejos...

"Ir levando", é viver pela metade, é não se entregar por completo, é estar descontente e fingir que tudo está bem. A infelicidade está ai para quem quer vivencia-la, a decepção é um fardo de cada um, é o resultado da expectativa criada em cima de um outro alguem, está no pensamento errônio de achar que o proximo tem obrigação de agir como você espera...grande tolice.

Ninguem é igual a ninguem, tudo é diferente... atitudes, pensamentos, forma de encarar a vida, existem aqueles que complicam! O sentimento também difere de pessoa para pessoa, como já disse Clarice: "...só porque não amo como você gostaria que eu amasse, não siguinifica que não amo..."

Respire!

A gente sofre por bobagens, o ser humano é metódico, melancólico e extremamente egoista quando se trata de sentimento...todos nós temos uma tendencia enorme ao drama, a infelicidade e adoramos dizer que estamos decepcionados e cansados...coitados de nós! Gostamos tudo do nosso jeito e somente assim!

Não está bom? mude
Brigou? converse
Um problema? resolva - o
Está triste? não fique.

"Viver bem", ao invéz de simplesmente "levar", depende de nós e somente nós. Não estamos dentro um dos outros, não sabemos sobre as tristezas de cada um, ao menos que nos falem...
Não deixe nada da forma como está...

Busque sempre pela sua própria qualidade de vida...


Eu aprendi.


Um ponto de vista, por Ludmila J. de Andrade

domingo, 10 de janeiro de 2010

Para enlouquecer....




O que esperar de um mundo louco, lotado de pessoas normais, vivendo suas vidinhas normais, fazendo as rotineiras coisas normais?
O que são coisas normais? talvez não existam pessoas normais, talvez não existam as loucas...elas não podem ser simplesmente pessoas?
O que fazer quando sua vontade, seus pensamentos,seus atos, seus passos são considerados inconsequentes, insanos...loucos!?
O ser louco pode ser normal? O que é loucura? e o que não é? o que é normal pra vc pode ser louco pra mim...!
Alguem considerado normal pode ter atitudes loucas? o que eh ser normal? Uma atitude de loucura as vezes pode ser normal.

O amor...o amor é louco, ele é rotulado, tachado, chato, é sempre igual...mero clichê...não seria loucura amar?
O sentimentalismo virou algo vendável, sem grandes surpresas, sem muita novidade. Não ser sentimental é normal?
A partir do momento que a insanidade pode ser compreendida um sentimento, sentir me parece algo louco....
E talvez posso considerar que, dentro dessa constante, entre o que é e o que não é...viver loucamente é uma forma normal de viver...Será?

A questão é que tentamos compreender tudo, e padronizar tudo, e esquecemos que existem coisas que não podem ser catalogadas por um critério inventado por nós.

Loucura é querer entender o que não pode ser entendido,
é tentar definir o indefinido,
é normalizar quando não se tem o que ser normalizado...


A loucura pode estar na nossa tentativa de sermos normais, e talvez hoje normal é ser louco.
E a normalidade pode simplesmente estar dentro das nossas mentes...

Não tente entender, é só um texto normal de uma mente ligeiramente enlouquecida!
Para enlouquecer, por Ludmila J. de Andrade

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Momento




E mais uma vez estava ali...
Estática, imóvel, pensando, refletindo;
no teto do meu quarto que girava;
Mas aquilo me incomodava...

Tratava-se dele; do teto? Não! Da situação...
Há dias que o certo e o errado se fundem na minha mente;
Desregrada, momentânea...
Quem será que age comigo verdadeiramente?

Já não sei mais o que fazer...

É uma mistura envolvente: imoralidade, felicidade,
empolgação...Sentimentos superficiais...Não sei.
Tudo parece ser uma aventura inocente.
O que é realmente gostar de alguém?
Eu gosto de você?...Talvez.

Quanta besteira...Afinal que diferença isso faz quando se está sozinha?
É eu sei...
Não adianta mais mentir, fingir, corrigir...
Não adianta levantar, tentar, sorrir e se reprimir...
Já foi dito!
Você quer? Eu também quero!
Aceite a situação e aproveite...Assim espero!

...Superficial? Total!

Não é assim que vai ser agora?
Então vem e vamos embora!
O resultado é que eu to cansada disso tudo...
Beijos, abraços, desperdiçados,
jogados ao vento.
Lágrimas e tristezas apertadas,
guardadas aqui dentro.

Se não deu pra notar;
preste atenção agora:
Existem duas pessoas;
uma por dentro e outra por fora.

Penso hoje, naquilo que me disse...é faz sentido.
Mas tudo bem... É assim que eu vou vivendo...
Saí do mundo dos sonhos perfeitos; entrei na realidade;
e só agora estou aprendendo.

Momento, por Ludmila J. de Andrade